A
globalização da economia decorre do processo de internacionalização do capital
que se desenvolve desde o início do capitalismo, já que este modo de produção
nunca foi um sistema com características nacionais. Foi a partir da Segunda
Guerra Mundial, com a maior integração entre os processos econômicos e com a
expansão das empresas multinacionais, que a internacionalização do capital
acelerou-se. Neste período que se estende do pós-guerra até os anos setenta, a
forma de concentração de capital constituía, a base desta internacionalização,
aglutinava fronteiras e inter-relacionava governos e instituições delas
decorrentes. Dentro dessa dinâmica, foram criados diversos organismos internacionais,
tais como a ONU,o FMI, o GATT, o BIRD,etc.
A
forma de internacionalização do capital, relacionava sistemas econômicos cuja
ordenação pressupunha a existência de
poderes políticos nacionais ou plurinacionais, que tinham a capacidade de
exercer ações de regulação macroeconômica. O termo multinacional indica a
consideração de uma multiplicidade de nacionalidades em inter-relação. O termo
internacional, por sua vez, era e continua ser empregado para designar o
inter-relacionamento entre várias nações. O Termo transnacional recobre uma
situação inteiramente distinta das anteriores. Uma organização transnacional
não inter-relaciona nações. Enquanto as organizações internacionais
corporificam o princípio da nacionalidade, as transnacionais o ignoram e o
ultrapassam. A transnacional é uma estrutura sistêmica, em que cada parte deve
servir ao conjunto. Esta nova forma põe em efeito a impossibilidade de qualquer
governo conduzir uma política monetária própria, dada a capacidade de
acumulação e de transferência financeira que possuem as grandes corporações internacionais.
É importante assinala que hoje não é possível viver fora deste quadro de
economia internacionalizada.
As
fronteiras nacionais estão em declínio por causa de políticas supranacionais de
destruição dos Estados Nações, a fim de implantar um Estado Amplo. Os agentes
das fundações transnacionais atuando em todos os continentes, tecem as redes
que integram todo o mundo à revelia dos governos eleitos e dos organismos
internacionais que em muitos casos são instrumentos dessas fundações
internacionais. Esta nova estrutura de poder esvazia o Estado Nação de seus
poderes e atribuições, limitando, de um lado, sua capacidade de ação, e, de
outro, provocando sua desagregação, mediante a cooptação de seus órgãos. Hoje,
as grandes decisões são tomadas fora de suas estruturas formais. O processo
decisório em muitos casos, decorre diretamente dos centros de poder do Estado
Amplo das fundações internacionais, e o Estado Nacional só é acionado a
posteriori para operacionalizar e para implantar estas decisões e legitimá-las
do ponto de vista jurídico. Á democracia representativa, prevalecente durante o
período em que o Estado Nacional era o pólo hegemônico de poder, opõem a
democracia participativa, onde os grupos de pressão e os lobbies estão
infiltrados nos partidos políticos. Esta democracia participativa se constitui
na conjugação dos mecanismos políticos do neocorporativismo; os organismos
tripartites, os sistemas de votação direta e indireta e de projetos originados
nas comunidades, os plebiscitos de leis normais, com as formas de participação
popular nas tarefas e nos escalões mais baixos da administração estatal. Assim,
o que passa a caracterizar as teorias modernas da administração são o dirigismo
calcado nas práticas da motivação, cooperação, integração e engajamento. Desse modo,
administrar é, sobretudo, administrar as inter-relações estabelecidas entre as
organizações, sendo fundamental conhecer os condicionantes recíprocos
decorrentes dessas inter-relações.
Na
teoria sistêmica a organização é vista em continua mudança, na medida em que só
sobrevive e se desenvolve quem se adaptar a um ambiente em constante mutação. Já
a cultura organizacional significa um dado “modo de vida”, um sistema de
crenças ou valores, uma forma aceita de interação e de característicos de
determinada organização. Na sociedade das grandes empresas transnacionais, o
poder pessoal tende a desaparecer diante de uma estrutura abstrato de funcionamento.
Este processo de despersonalização do poder e de abstração da forma de
dominação é potencializada com a utilização das novas tecnologias, e corresponde
à forma gestorial, (tecnocrática) de exercício de poder, garantindo
estabilidade e coesão ao grupo dominante. As relações dominantes numa dada rede
são aquelas que controlam as informações, definem os canais de comunicação,
transferem recursos e estabelecem padrões de ação para outras unidades constitutivas
da rede.
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