sábado, 18 de maio de 2019

Poder Global Contemporâneo


A globalização da economia decorre do processo de internacionalização do capital que se desenvolve desde o início do capitalismo, já que este modo de produção nunca foi um sistema com características nacionais. Foi a partir da Segunda Guerra Mundial, com a maior integração entre os processos econômicos e com a expansão das empresas multinacionais, que a internacionalização do capital acelerou-se. Neste período que se estende do pós-guerra até os anos setenta, a forma de concentração de capital constituía, a base desta internacionalização, aglutinava fronteiras e inter-relacionava governos e instituições delas decorrentes. Dentro dessa dinâmica, foram criados diversos organismos internacionais, tais como a ONU,o FMI, o GATT, o BIRD,etc.

A forma de internacionalização do capital, relacionava sistemas econômicos cuja ordenação  pressupunha a existência de poderes políticos nacionais ou plurinacionais, que tinham a capacidade de exercer ações de regulação macroeconômica. O termo multinacional indica a consideração de uma multiplicidade de nacionalidades em inter-relação. O termo internacional, por sua vez, era e continua ser empregado para designar o inter-relacionamento entre várias nações. O Termo transnacional recobre uma situação inteiramente distinta das anteriores. Uma organização transnacional não inter-relaciona nações. Enquanto as organizações internacionais corporificam o princípio da nacionalidade, as transnacionais o ignoram e o ultrapassam. A transnacional é uma estrutura sistêmica, em que cada parte deve servir ao conjunto. Esta nova forma põe em efeito a impossibilidade de qualquer governo conduzir uma política monetária própria, dada a capacidade de acumulação e de transferência financeira que possuem as grandes corporações internacionais. É importante assinala que hoje não é possível viver fora deste quadro de economia internacionalizada.

As fronteiras nacionais estão em declínio por causa de políticas supranacionais de destruição dos Estados Nações, a fim de implantar um Estado Amplo. Os agentes das fundações transnacionais atuando em todos os continentes, tecem as redes que integram todo o mundo à revelia dos governos eleitos e dos organismos internacionais que em muitos casos são instrumentos dessas fundações internacionais. Esta nova estrutura de poder esvazia o Estado Nação de seus poderes e atribuições, limitando, de um lado, sua capacidade de ação, e, de outro, provocando sua desagregação, mediante a cooptação de seus órgãos. Hoje, as grandes decisões são tomadas fora de suas estruturas formais. O processo decisório em muitos casos, decorre diretamente dos centros de poder do Estado Amplo das fundações internacionais, e o Estado Nacional só é acionado a posteriori para operacionalizar e para implantar estas decisões e legitimá-las do ponto de vista jurídico. Á democracia representativa, prevalecente durante o período em que o Estado Nacional era o pólo hegemônico de poder, opõem a democracia participativa, onde os grupos de pressão e os lobbies estão infiltrados nos partidos políticos. Esta democracia participativa se constitui na conjugação dos mecanismos políticos do neocorporativismo; os organismos tripartites, os sistemas de votação direta e indireta e de projetos originados nas comunidades, os plebiscitos de leis normais, com as formas de participação popular nas tarefas e nos escalões mais baixos da administração estatal. Assim, o que passa a caracterizar as teorias modernas da administração são o dirigismo calcado nas práticas da motivação, cooperação, integração e engajamento. Desse modo, administrar é, sobretudo, administrar as inter-relações estabelecidas entre as organizações, sendo fundamental conhecer os condicionantes recíprocos decorrentes dessas inter-relações.

Na teoria sistêmica a organização é vista em continua mudança, na medida em que só sobrevive e se desenvolve quem se adaptar a um ambiente em constante mutação. Já a cultura organizacional significa um dado “modo de vida”, um sistema de crenças ou valores, uma forma aceita de interação e de característicos de determinada organização. Na sociedade das grandes empresas transnacionais, o poder pessoal tende a desaparecer diante de uma estrutura abstrato de funcionamento. Este processo de despersonalização do poder e de abstração da forma de dominação é potencializada com a utilização das novas tecnologias, e corresponde à forma gestorial, (tecnocrática) de exercício de poder, garantindo estabilidade e coesão ao grupo dominante. As relações dominantes numa dada rede são aquelas que controlam as informações, definem os canais de comunicação, transferem recursos e estabelecem padrões de ação para outras unidades constitutivas da rede.




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